Ao som de um suspiro fecho meus olhos
Refletindo sobre o caos e a desordem
Organismos desorganizados
Mentes sem destino
Procurando caminhos incertos
Na imensidão até então inexplorada
Enquanto porcos sujos dão suas gargalhadas
Subjugando minha alma e meu corpo
Há padrões e leis que não me fazem sentido
E portanto reflito.
Sons que cada vez mais me possuem
Existindo, destruindo.
Vômito de palavras aleatórias
Sentido não faz.
Apenas para quem vaga para o escuro
O além, o desconhecido
Para o medo
Medo de se distrair e dormir
Medo de despertar e ouvir
Medo de abrir o coração e sentir
Medo de abrir os olhos enxergar
Medo de odiar
Medo de amar
Uma mente lúcida em puro devaneio
Sem saber o que falar
Apenas seguindo a música
Notas me dizem o que fazer
O que escrever!
Sem ela nada sou, não existiria,
Me criou e domesticou
Servindo ao seu propósito
Assim como um crente segue seu deus
No meio de tanto ódio.
Por: Nicky
Pesquise
domingo, 30 de junho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Little Wing
Viajando, perdido na imensidão do espaço tempo,simples mente não era permitido me mexer, qualquer brusco movimento poderia lhe matar, até que por um breve momento decide finalmente abrir os olhos e enxergar, percebendo sua pobreza, figuras de monstros feios mandando e chicoteando tantos outros perdidos assim como ele, não conseguiam se mexer e nem abrir os olhos, porém tudo isto muda.
Ao toque suave de uma nota, não se sabe até hoje se foi algum tipo de instrumento divino ou grito, a maioria que estava ali sendo chicoteada, pisada e torturada acorda. Todos perplexos, olhando aqueles porcos, por que deixaram por tanto tempo aquilo acontecer? Qual era mesmo o motivo? nada se explicava até aquele presente. Uma pequena asa é lhes dada, e agora, os mesmo porcos que os torturavam tentam de qualquer jeito agarra-los e cortas as mesmas, não se pode deixar as asas crescer,elas são temidas pelos grandes senhores! Mas o que são estas tão temidas asas?
Um grande eremita antes julgado por todos que estavam dormindo vos avisará sobre ela, mas qual eram suas palavras?Nós os considerávamos loucos, e agora somos taxados assim como ele por querermos um lugar melhor para nossos filhos, por basicamente querermos sonhar, será este o tal significado da asa? eles nos querem arrancar sonhos?Esperança? Liberdade? Uma guerra que põe em risco nossa liberdade de expressão.
Devemos deixar tais asas crescerem? Ou permitimos arrancarem? Uma parte em meu interior diz para deixa-los arrancar, mas EU não quero, não posso, sou cidadão deste lugar, devo lutar pelos "vagabundos" que estão ao meu lado, e pelos que não estão, pelos fantoches que gostariam de estar ali lutando também, mas tem que trabalhar a serviço de opressores e ainda serem julgados por portadores da "falsa asa" como os opressores, sendo que apenas recebem ordens, lutar pelos que em seu profundo sonos acomodados, assistem aquela caixa colorida de formas estranhas que os deixam cada vez mais sonolentos e assim em seus sonhos nos chamam de loucos, bárbaros! Devemos deixar nossas asas crescerem por TODOS! Pelo passado, presente e futuro.
"Se sou taxado de vagabundo, bárbaro, escroto, ridículo, e todos os outros xingamentos possíveis e impossíveis, por sonhar e lutar por algo melhor para mim e para você, prefiro ser taxado de tais argumentos injustos do que mergulhar em sono profundo que passei tanto tempo.Sou cidadão deste lugar, luto por ele, diferente de você!"
Por: Nicky Nihilist
Ao toque suave de uma nota, não se sabe até hoje se foi algum tipo de instrumento divino ou grito, a maioria que estava ali sendo chicoteada, pisada e torturada acorda. Todos perplexos, olhando aqueles porcos, por que deixaram por tanto tempo aquilo acontecer? Qual era mesmo o motivo? nada se explicava até aquele presente. Uma pequena asa é lhes dada, e agora, os mesmo porcos que os torturavam tentam de qualquer jeito agarra-los e cortas as mesmas, não se pode deixar as asas crescer,elas são temidas pelos grandes senhores! Mas o que são estas tão temidas asas?
Um grande eremita antes julgado por todos que estavam dormindo vos avisará sobre ela, mas qual eram suas palavras?Nós os considerávamos loucos, e agora somos taxados assim como ele por querermos um lugar melhor para nossos filhos, por basicamente querermos sonhar, será este o tal significado da asa? eles nos querem arrancar sonhos?Esperança? Liberdade? Uma guerra que põe em risco nossa liberdade de expressão.
Devemos deixar tais asas crescerem? Ou permitimos arrancarem? Uma parte em meu interior diz para deixa-los arrancar, mas EU não quero, não posso, sou cidadão deste lugar, devo lutar pelos "vagabundos" que estão ao meu lado, e pelos que não estão, pelos fantoches que gostariam de estar ali lutando também, mas tem que trabalhar a serviço de opressores e ainda serem julgados por portadores da "falsa asa" como os opressores, sendo que apenas recebem ordens, lutar pelos que em seu profundo sonos acomodados, assistem aquela caixa colorida de formas estranhas que os deixam cada vez mais sonolentos e assim em seus sonhos nos chamam de loucos, bárbaros! Devemos deixar nossas asas crescerem por TODOS! Pelo passado, presente e futuro.
"Se sou taxado de vagabundo, bárbaro, escroto, ridículo, e todos os outros xingamentos possíveis e impossíveis, por sonhar e lutar por algo melhor para mim e para você, prefiro ser taxado de tais argumentos injustos do que mergulhar em sono profundo que passei tanto tempo.Sou cidadão deste lugar, luto por ele, diferente de você!"
Por: Nicky Nihilist
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Aos que Ainda Sabem Sonhar
O fundamental não é lutar pelo direito de fumar maconha em paz na sala da sua casa. O fundamental não é o direito de andar vestida como uma vadia sem ser agredida por machos boçais que acham que têm esse direito porque você está "disponível". O fundamental não é garantir a opção de um aborto assistido para as mulheres que foram vítimas de estupro ou que correm risco de vida. O fundamental não é impedir que a internação compulsória de usuários de drogas se transforme em ferramenta de uma política de higienismo social e eliminação estética do que enfeia a cidade. O fundamental não é lutar contra a venda da pena de morte e da redução da maioridade penal como soluções finais para a violência. O fundamental não é esculachar os torturadores impunes da ditadura. O fundamental não é garantir aos indígenas remanescentes o direito à demarcação das suas reservas de terras. O fundamental não é o aumento de 20 centavos num transporte público que fica a cada dia mais lotado e precário.
O fundamental é que estamos vivendo uma brutal ofensiva do pensamento conservador, que coloca em risco muitas décadas de conquistas civilizatórias da sociedade brasileira.
O fundamental é que sob o manto protetor do "crescimento com redução das desigualdades" fermenta um modelo social que reproduz – agora em escala socialmente ampliada – o que há de pior na sociedade de consumo, individualista ao extremo, competitiva, ostentatória e sem nenhum espaço para a solidariedade.
O fundamental é que a modesta redução da nossa brutal desigualdade social ainda não veio acompanhada por uma esperada redução da violência e da criminalidade, muito pelo contrário. E não há projeto nacional de combate à violência que fuja do discurso meramente repressivo ou da elegia à truculência policial.
O fundamental é que a democratização do acesso ao ensino básico e à universidade por vezes deixam de ser um instrumento de iluminação e arejamento dos indivíduos e da própria sociedade, e são reduzidos a uma promessa de escada para a ascensão social via títulos e diplomas, ao som de sertanejo universitário.
O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos "libertários" e "de esquerda" hoje abriram mão de disputar ideologicamente os corações e mentes dos jovens e dos novos "incluídos sociais" e se contentam em garantir a fidelidade dos seus votos nas urnas, a cada dois anos.
O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos "sociais-democratas" já não tem nada a oferecer à juventude além de um neo-udenismo moralista que flerta desavergonhadamente com o autoritarismo e o fascismo mais desbragados.
O fundamental é que a promessa da militância verde e ecológica vai aos poucos rendendo-se aos balcões de negócio da velha política partidária ou ao marketing politicamente correto das grandes corporações.
O fundamental é que a promessa da militância verde e ecológica vai aos poucos rendendo-se aos balcões de negócio da velha política partidária ou ao marketing politicamente correto das grandes corporações.
O fundamental é que os sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis estão entregues a um processo de burocratização, aparelhamento e defesa de interesses paroquiais que os torna refratários a uma participação dinâmica, entusiasmada e libertária.
O fundamental é que temos em São Paulo um governo estadual que é francamente conservador e repressivo, ao lado de um governo federal que é supostamente "progressista de coalizão". Mas entre a causa da liberação da maconha e defesa da internação compulsória, ambos escolhem a internação. Entre as prostitutas e a hipocrisia, ambos ficam com a hipocrisia. Entre os índios e os agronegócio, ambos aliam-se aos ruralistas. Entre a velha imprensa embolorada e a efervescência libertária da Internet, ambos namoram com a velha mídia. Entre o estado laico e os votos da bancada evangélica, ambos contemporizam com o Malafaia. Entre Jean Willys e Feliciano, ambos ficam em cima do muro, calculando quem pode lhes render mais votos.
O fundamental é que o temor covarde em expor à luz os crimes e julgar os aqueles agentes de estado que torturaram e mataram durante da ditadura acabou conferindo legitimidade a auto-anistia imposta pelos militares, muitos dos quais hoje se orgulham publicamente dos seus crimes bárbaros – o que nos leva a crer que voltarão a cometê-los se lhes for dada nova oportunidade.
O fundamental é que vivemos numa sociedade que (para usar dois termos anacrônicos) vai ficando cada vez mais bunda-mole e careta. Assustadoramente careta na política, nos costumes e nas liberdades individuais se comparada com os sonhos libertários dos anos 1960, ou mesmo com as esperanças democráticas dos anos 1980. Vivemos uma grande ofensiva do coxismo: conservador nas ideias, conformado no dia-a-dia, revoltadinho no trânsito engarrafado e no teclado do Facebook.
O fundamental é que nenhum grupo político no poder ou fora dele tem hoje qualquer nível mínimo de interlocução com uma parte enorme da molecada – seja nas universidades ou nas periferias – que não se conforma com a falta de perspectivas minimamente interessantes dentro dessa sociedade cada vez mais bundona, careta e medíocre.
Os mesmos indignados que se esgoelam no mundo virtual clamando que a juventude e os estudantes "se levantem" contra o governo e a inação da sociedade, são os primeiros a pedir que a tropa de choque baixe a borracha nos "vagabundos" quando eles fecham a 23 de Maio e atrapalham o deslocamento dos seus SUVs rumo à happy-hour nos Jardins.
Acuados, os políticos "de esquerda" se horrorizam com as cenas de sacos de lixo pegando fogo no meio da rua e se apressam a condenar na TV os atos de "vandalismo", pois morrem de medo que essas fogueiras causem pavor em uma classe média cada vez mais conservadora e isso possa lhes custar preciosos votos na próxima eleição.
Enquanto isso a molecada, no seu saudável inconformismo, vai para as ruas defender – FUNDAMENTALMENTE – o seu direito de sonhar com um mundo diferente. Um mundo onde o ensino, os trens e os ônibus sejam de qualidade e gratuitos para quem deles precisa. Onde os cidadãos tenham autonomia de decidir sobre o que devem e o que não devem fumar ou beber. Onde os índios possam nos mostrar que existem outros modos de vida possíveis nesse planeta, fora da lógica do agribusiness e das safras recordes. Onde crenças e religião sejam assunto de foro íntimo, e não políticas de Estado. Onde cada um possa decidir livremente com quem prefere trepar, casar e compartilhar (ou não) a criação dos filhos. Onde o conceito de Democracia não se resuma à obrigação de digitar meia dúzia de números nas urnas eletrônicas a cada dois anos.
Sempre vai haver quem prefira como modelo de estudante exemplar aquele sujeito valoroso que trabalha na firma das 8 da manhã às 6 da tarde, pega sem reclamar o metrô lotado, encara mais quatro horas de aulas meia-boca numa sala cheia de alunos sonolentos em busca de um canudo de papel, volta para casa dos pais tarde da noite para jantar, dormir e sonhar com um cargo de gerente e um apartamento com varanda gourmet.
Não é meu caso. Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. Ainda que eles nos pareçam filhinhos-de-papai, ingênuos em seus sonhos, utópicos em suas propostas, politicamente manobráveis em suas reivindicações, irresponsavelmente seduzidos pelos provocadores de sempre.
Desde a Antiguidade, esses jovens ingênuos e irresponsáveis são o sal da terra, a luz do sol que impede que a humanidade apodreça no bolor da mediocridade, na inércia do conformismo, na falta de sentido do consumismo ostentatório, nas milenares pilantragens travestidas de iluminação espiritual.
Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar
Por: André Borges Lopes
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